Coração de mãe sempre cabe mais um? Implicações biológicas para essa expressão popular
Escrito por Sorana Lima
Todo mundo já ouviu essa frase em algum momento da vida, não é mesmo?
Mas será que o coração da mãe, ou no caso, de mulheres, é fisicamente grande, assim?
Bom, meu nome é Sorana Lima e vou te levar por uma experiência biológica sobre anatomia e fisiologia do sistema cardiovascular. E assim, vamos desvendar esse mistério.
O coração é o principal órgão do sistema circulatório humano (também chamado sistema cardiovascular). Sua função principal é gerar o impulso para que o sangue chegue a todas as partes do corpo.
O sangue transporta o oxigênio e os nutrientes de que todos os órgãos do corpo precisam para se manter saudáveis e funcionar adequadamente.
O órgão é composto por quatro câmaras: os átrios esquerdo e direito e os ventrículos esquerdo e direito. Ele é protegido e ancorado ao tórax por um saco de parede dupla chamado pericárdio. As diferentes câmaras do coração são conectadas por válvulas. As válvulas também conectam o coração ao resto do corpo.
Anatomia do coração humano. Ilustração: BlueRingMedia / Shutterstock.com
O coração é o principal órgão do sistema circulatório humano (também chamado sistema cardiovascular). Sua função principal é gerar o impulso para que o sangue chegue a todas as partes do corpo.
O sangue transporta o oxigênio e os nutrientes de que todos os órgãos do corpo precisam para se manter saudáveis e funcionar adequadamente.
O órgão é composto por quatro câmaras: os átrios esquerdo e direito e os ventrículos esquerdo e direito. Ele é protegido e ancorado ao tórax por um saco de parede dupla chamado pericárdio. As diferentes câmaras do coração são conectadas por válvulas. As válvulas também conectam o coração ao resto do corpo.
Até aqui conseguimos compreender a dimensão física do sistema circulatório. Essa informação é muito importante para entender algumas diferenças na fisiologia cardiovascular em consequência do tamanho do coração humano. (calma, sem spoiler).
Agora, precisamos conhecer se há diferença nessa máquina, no que se diz respeito a gênero, já que a estrutura do sistema é a mesma para ambos os sexos, visto que somos da mesma espécie.
Durante o nosso desenvolvimento pós nascimento a produção celular cessa e o que aumenta é o tamanho da célula, ela passa a se desenvolver, refletindo na espessura da parede cardíaca que é igual para ambos os sexos.
Mas fisiologicamente, há algumas diferenças e uma delas é com relação aos batimentos cardíacos. Um estudo, muito curioso constatou que mulheres adultas têm em média entre 78 e 82 batimentos cardíacos por minuto, enquanto os homens têm uma frequência média entre 70 e 72 batimentos cardíacos, desta maneira, as mulheres têm entre 8 e 10 batimentos cardíacos à mais que os homens.
Mas o por que isso acontece? (a resposta dessa pergunta já responde o título desse artigo, então respira!)
Essa diferença dos batimentos do coração da feminino e masculino é explicada pelo tamanho do coração, ou seja, coração maior tem potência para bombear sangue para todos os tecidos de uma vez só e o coração menor, menos potência, tem que bater mais vezes para conseguir atingir todos os tecidos. Então, coração feminino menor, bombeando menos sangue a cada batida, precisa bater em um ritmo mais rápido para corresponder à saída do coração masculino maior. Além disso, as mulheres têm uma ritmicidade intrínseca diferente do marca-passo de seus corações, o que os faz bater mais rápido.
A resposta para a questão inicial “Será que o coração feminino é menor que o masculino?”, SIMM!!!
Mas vem comigo, pensando que o tamanho corpóreo feminino em média é menor que o masculino, faz sentido que o coração acompanhe essa média, já que o nosso corpo tem medidas proporcionais. Concorda? É exatamente isso, nosso corpo tem medidas proporcionais.
Mas trouxe essa questão dos batimentos cardíacos, pois foi um estudo que revelou uma das causas de óbito de mulheres do que de homens, por cardiopatias.
Segundo dados de 2020 da OMS, Organização Mundial de Saúde, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 1/3 de todas as mortes de mulheres no mundo, o equivalente a cerca de 8,5 milhões de óbitos por ano.
Essa diferença é devido tanto ao estilo de vida (principalmente) quanto às diferenças fisiológicas do sistema cardiovascular feminino e masculino, como vimos anteriormente a diferença do tamanho e batimentos cardíacos entre os dois gêneros e outras diferenças, como:
A frequência cardíaca da mulher chega a ser 10% mais rápida que a do homem. E se o coração bater mais rápido ele ficará predisposto a infartos, arritmias e angina.
As mulheres também têm artérias coronárias mais finas e maior tendência a sofrer com bloqueios, não apenas nas artérias principais, mas também nas menores, que fornecem sangue ao coração (condição chamada “doença cardíaca de pequenos vasos” ou “doença microvascular coronária”). Por esse motivo, quando têm um ataque cardíaco, descrevem a dor no peito como uma pressão ou aperto, e não como uma dor lancinante. Além disso, tal sintoma é menos frequente entre o sexo feminino do que entre os homens.
O hormônio estrogênio ajuda a proteger seu corpo das doenças cardíacas antes da menopausa, aumentando o colesterol HDL (“bom”) e reduzindo o LDL (“ruim”). Mas após a última menstruação, o sexo feminino têm concentrações mais altas de colesterol do que os homens.
Os triglicerídeos elevados também são importantes contribuintes para o risco cardiovascular, o que aumenta o risco de morte por doença cardíaca após os 65 anos.
Muitas são as diferenças entre a fisiologia e anatomia do corpo feminino e masculino, mas agora, quando você ouvir alguém dizendo “coração de mãe é grande, sempre cabe mais um!”, você pode responder que “não é bem assim!”.
Fontes dos dados:
“
O coração é o lugar onde começa a mudança. É onde sentimos a dor do mundo e onde encontramos a coragem para fazer a diferença. –
dito por Malala Yousafzai
Todos os textos postados neste blog são de inteira responsabilidade dos seus autores.
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